Gaeco realiza operações contra desmanches em Uberaba e região; ações buscam frear comércio ilegal que afeta segurança e fiscalização do setor
Na manhã de terça‑feira (12), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou duas operações simultâneas, batizadas de Olho de Aço e Ferro‑Velho, com alvos em Uberaba e municípios vizinhos para reprimir crimes relacionados a furto, roubo, receptação e adulteração de veículos, além do comércio irregular de fios de cobre.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a ação Olho de Aço cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais, estabelecimentos comerciais e galpões usados para desmanche e receptação entre 2024 e o primeiro semestre de 2025, em Uberaba. A operação Ferro‑Velho, por sua vez, fiscalizou 24 comércios do setor nas cidades de Uberaba, Araxá, Iturama e Frutal, com foco na venda de peças veiculares e de cobre com possível origem ilícita.
As ações foram coordenadas pelo Gaeco Regional de Uberaba com apoio das Polícias Militar, Civil e Penal, da Secretaria de Estado de Fazenda e de unidades especializadas, incluindo o Grupo de Operações com Cães (GOC). A 5ª Região da Polícia Militar informou que as operações seguirão de forma contínua e intensificada, com ênfase na proteção do patrimônio e na manutenção da ordem pública, conforme comunicado citado pelo MPMG.
Fiscalizações anteriores na cidade já vinham adotando medidas administrativas semelhantes. Em março, a Guarda Civil Municipal de Uberaba realizou ação de vistoria em 14 estabelecimentos do setor, que resultou na interdição de quatro ferros‑velhos, na aplicação de cinco autos de infração e em duas notificações. Arnaldo Bisinoto, chefe do Departamento de Posturas, relatou que a fiscalização verificou alvarás de funcionamento, livros de entrada e saída de materiais e a procedência dos produtos comercializados.
Os relatos oficiais concentrados pelo MPMG e pelas forças de segurança descrevem uma atuação articulada para retirar do circuito comercial materiais de origem duvidosa e desarticular estruturas que, segundo as autoridades, causam prejuízos à sociedade e ameaçam a segurança pública. Entre as condutas apontadas estão a receptação — que, nas menções das operações, está associada a furtos e roubos — e a adulteração de veículos, práticas que justificaram as buscas e as apreensões.
Do ponto de vista administrativo, as ações mostram que a resposta ao comércio ilegal combina medidas repressivas (mandados, apreensões, interdições) e verificação documental (alvarás e livros de controle). Essas práticas são usadas pelas equipes de fiscalização para comprovar a origem dos materiais e a regularidade das operações, em tentativa de prevenir a reincidência e recuperar bens frutos de crimes.
Autoridades prometem divulgar novos dados conforme o avanço das investigações, segundo nota do MPMG. Para o setor formal, a continuidade das fiscalizações significa aumento do escrutínio sobre procedência de peças e sucata — uma realidade já vivida por empresários que passaram por inspeções e tiveram de apresentar documentação durante ações realizadas neste ano, conforme o registro das interdições feitas pela Guarda Civil Municipal.
Uberaba é também um importante polo econômico regional, com eventos e cadeias produtivas que movimentam a cidade. A combinação entre a relevância econômica citada em eventos como a ExpoGenética e os registros de operações contra o comércio ilegal coloca em evidência a preocupação das autoridades em preservar tanto a segurança pública quanto a normalidade do ambiente de negócios.
Em síntese, o enfoque das operações Olho de Aço e Ferro‑Velho concentra‑se em romper rotas de receptação e desmantelar pontos de venda de peças e sucata de origem ilícita, enquanto as fiscalizações administrativas (verificação de alvarás, livros e procedência) aparecem como instrumentos para reforçar a formalidade e reduzir riscos de reincidência. O MPMG e as forças de segurança afirmam que as ações continuarão e que novos desdobramentos podem ser divulgados com o avanço das investigações.