Loqal

Hack Massa impulsiona soluções tecnológicas em Maceió para prevenção e detecção precoce do câncer

19 de ago. de 2025google
Hack Massa: inovação em saúde em Maceió

Hack Massa impulsiona soluções tecnológicas em Maceió para prevenção e detecção precoce do câncer

Maratona reuniu universidades, prefeitura e Hospital de Amor para transformar protótipos — nAvi, BlueChat e Amora — em projetos com potencial para o SUS e mercado

Realizado pela Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Estratégias Disruptivas e Economia Digital (Sedigi), o Hack Massa — primeira maratona de inovação da cidade — terminou no último fim de semana no Maceió Shopping com três projetos voltados à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer selecionados para aceleração pelo Hospital de Amor de Barretos.

De 43 inscrições, 10 equipes foram escolhidas para a etapa presencial, que contou com mentorias, palestras e uma banca avaliadora formada por representantes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), da Faculdade Estácio de Alagoas e da Associação das Empresas de TI de Alagoas (Assespro). A mobilização da Prefeitura buscou facilitar o acesso à população, integrando também ações como a Carreta do Amor e o Tech Massa, conforme registrados pela organização.

O prêmio total em dinheiro somou R$ 10 mil, mas, segundo participantes, o maior ganho foi a possibilidade de aceleração em Barretos pelo Centro de Inovação do Hospital de Amor (Harena). O gerente do Harena, Guilherme Sanchez, avaliou que todos os protótipos têm habilidades para serem implantados e gerar resultados na saúde pública, sinalizando um caminho de desenvolvimento para as equipes.

Os três projetos vencedores apontam para abordagens distintas, mas complementares, no enfrentamento ao câncer. O primeiro lugar, nAvi, idealizado por Ana Karolina Maia, Marcos Betiati, Débora Michielatto, Juliana Bittencourt e Vanessa Reis, é descrito como um agente de inteligência artificial generativa que usa áudio e texto para triagem dirigida a mulheres em risco de câncer de mama. A equipe afirmou que a ferramenta não só busca salvar vidas por meio da identificação precoce, como também tende a reduzir despesas operacionais em hospitais terciários, segundo a própria apresentação do projeto.

O segundo colocado, BlueChat, criado por Yasmyny Moura, Raíssa França, Raphaela Costa e Laura Simões, propõe um robô (chatbot) via WhatsApp voltado a homens com risco de câncer de próstata. A ideia busca vencer barreiras como vergonha e desinformação, oferecendo esclarecimentos, lembretes e auxílio no agendamento de consultas para estimular procura precoce por atendimento.

O terceiro lugar, Amora, da equipe formada por Matheus Amorim, Monique Costa, Bruna Alves e Fabrício Soares, é outro robô de WhatsApp que auxilia usuários a identificar sinais de alerta de câncer e a acessar informações e serviços de apoio, com foco em tumores de mama, pele, boca e colo de útero. As equipes ressaltaram a intenção de democratizar informação e facilitar o acesso a serviços de saúde.

A composição da banca avaliadora — que incluiu Eunice Palmeira, pró-reitora de Pesquisa e Inovação do Ifal; Roberta Borges e Sandra Torres, subsecretárias da SMS; Salomé García Terrazas, coordenadora da Faculdade Estácio; e Carlos Lima, presidente da Assespro — evidencia a articulação entre universidades, serviços públicos de saúde e setor de tecnologia em Maceió. Esse ecossistema institucional, junto à presença de Maceió Digital e à visibilidade dada pela Prefeitura, foi destacada pelo secretário Sergio Cavalcante como um sinal de que a inteligência local pode se transformar em soluções reais para desafios sanitários.

O modelo adotado no Hack Massa — seleção de equipes locais, mentorias intensivas, premiação simbólica e aceleração pelo Hospital de Amor — cria um fluxo inicial para que protótipos ganhem maturidade. Segundo a organização e participantes, a aceleração em Barretos deverá comportar trabalho de aperfeiçoamento técnico e validação das propostas; a presença de representantes da SMS e do Ifal na banca sugere, ainda que de forma incipiente, caminhos institucionais para testes e interlocução com o sistema público.

Entre os efeitos esperados pelos idealizadores dos projetos estão a ampliação do diagnóstico precoce e a redução de custos hospitalares por meio de triagens mais eficientes e de maior adesão a rotinas de prevenção. Essas premissas constam nas justificativas e declarações das equipes vencedoras durante a apresentação final do hackathon.

O Hack Massa foi descrito pelos organizadores como a primeira edição de um evento que deve integrar o calendário de inovação da cidade. A iniciativa mobilizou jovens talentos e instituições locais, apontando para a emergência de um polo regional de healthtechs que combine capital humano — estudantes e profissionais jovens — com infraestrutura institucional representada por universidades, associações de tecnologia, a Prefeitura e o Hospital de Amor.

Enquanto a aceleração em Barretos começa a transformar protótipos em projetos mais robustos, os próximos passos concretos passam por aprofundamento técnico e articulação com as instâncias de saúde. A convergência entre Sedigi, SMS, Ifal, Assespro, Maceió Digital e o Hospital de Amor, já presente no Hack Massa, desenha um cenário em que a inovação local pode, gradualmente, evoluir rumo a validações e implementações que beneficiem tanto o SUS quanto o mercado privado.