Ingresso a quase R$ 280 e limite por CPF: como preço e regras podem frear a presença da torcida visitante em Mirassol x Cruzeiro
Os ingressos para a partida Mirassol x Cruzeiro, válida pela 20ª rodada do Brasileirão 2025, trouxeram à tona uma combinação de preços e regras que, segundo a cobertura local, tende a pesar no bolso do torcedor visitante e a mexer com a logística de acesso ao estádio Maião. As informações sobre preços, plataforma de venda e exigências de acesso foram detalhadas pelo O Tempo.
Para a arquibancada visitante, o preço da inteira foi fixado em R$ 240; com a taxa cobrada pela plataforma de comercialização, o valor total chega a R$ 278,40. A meia-entrada foi oferecida a R$ 120, com taxa adicional de R$ 19,20, segundo o mesmo levantamento do O Tempo. A venda ocorre pelo site Ingresso SA, também citado pela reportagem.
Além do custo, a oferta traz regras que limitam quem e quantos podem comprar: cada CPF poderá adquirir apenas uma entrada, e o cadastro de biometria facial foi informado como obrigatório para acesso ao Maião. Outro ponto destacado é que crianças a partir de 1 ano completo devem pagar ingresso — itens que, em conjunto com a cobrança da taxa da plataforma, elevam o custo final para famílias e torcedores de menor renda.
O contraste com o duelo de ida, disputado no Mineirão, foi explicitado pela própria reportagem do O Tempo: no primeiro turno o Cruzeiro havia praticado preços de R$ 170 a inteira e R$ 85 a meia para o público adversário. A diferença nominal entre R$ 240 (Maião) e R$ 170 (Mineirão) evidencia que o valor pedido em Mirassol estava substancialmente mais alto para esta partida específica.
O jornal aponta ainda que a chamada "Nação Azul" costuma marcar presença expressiva em jogos fora de casa, e classifica o preço praticado em Mirassol como "salgado" para quem pretende acompanhar a Raposa no interior paulista. Com isso, a combinação de tarifa elevada, taxa da plataforma e restrição de compra por CPF pode dificultar historicamente a mobilização da torcida visitante — uma consequência apontada nas matérias consultadas.
Do ponto de vista do clube mandante, as matérias reunidas não trazem detalhes públicos sobre a justificativa da política de preços adotada nem números de receita esperada com a bilheteria. Tampouco há, nas reportagens examinadas, registros de manifestações formais de sindicatos de torcedores, promotores de eventos ou da diretoria do Mirassol a respeito dessas regras específicas. Isso deixa em aberto o balanço entre a busca por receita por ingresso e a preocupação com acessibilidade e inclusão dos torcedores.
Há, portanto, duas tensões claras nas informações disponíveis: a primeira é econômica, entre o valor unitário cobrado (mais a taxa da plataforma) e a possível queda na quantidade de torcedores visitantes que, historicamente, costumam se deslocar em peso; a segunda é logística e administrativa, relacionada ao limite de uma entrada por CPF e à exigência de biometria facial, medidas que alteram o processo de compra e o acesso ao estádio.
Com base nas matérias do O Tempo e no contexto de casa forte do Mirassol reportado em coberturas esportivas, a pergunta que fica é como os clubes e organizadores vão equilibrar, nas próximas partidas, a necessidade de receita de bilheteria com a disponibilidade financeira e a experiência de famílias e torcedores com menor poder aquisitivo. As reportagens consultadas apontam os fatos — preços, taxas e regras —, mas não registram uma resposta institucional consolidada sobre esse equilíbrio.
Em resumo, o que as matérias levantam é um cenário em que o ingresso anunciado para o Maião, somado às regras de comercialização, cria barreiras concretas ao acesso que podem reduzir a presença visitante e provocar debate sobre políticas de preço e acionamento de plataformas de venda nas rodadas seguintes do Brasileirão.