Operação Quimera desarticula quadrilha do 'falso advogado' com diligências em São Sebastião
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em operação que teve diligências em São Sebastião, bloqueou judicialmente mais de R$ 507 mil em contas, ativos financeiros e criptomoedas e cumpriu mandados que resultaram em prisões e apreensões para desarticular uma quadrilha especializada no chamado "golpe do falso advogado". A informação foi divulgada pelo Metrópoles e repercutida em reportagens sobre a operação.
Entre os casos que motivaram a ofensiva está a perda de mais de R$ 500 mil por uma moradora do Distrito Federal, de 65 anos, segundo as investigações citadas pela PCDF. As diligências ocorreram, além do DF, em municípios de São Paulo e Mongaguá, com apoio da Polícia Civil de São Paulo e da Divisão de Operações Especiais da PCDF.
Como funcionava o esquema
Segundo a apuração policial, a quadrilha obtinha credenciais de advogados por meios ilícitos, muitas vezes explorando vazamentos de dados. Com acesso a processos reais — incluindo números de autos, nomes das partes e valores de precatórios — os criminosos montavam abordagens convincentes, apresentando-se como advogados ou representantes de escritórios legítimos.
A verossimilhança era reforçada pelo uso de logotipos, imagens e perfis verdadeiros. As vítimas eram persuadidas a pagar taxas ou impostos fictícios sob o pretexto de liberar valores processuais. Parte dos recursos movimentados passou por contas e criptomoedas, segundo a investigação, método usado para dissimular a origem do dinheiro.
Resposta policial e medidas judiciais
Durante a Operação Quimera foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão; houve apreensão de veículos, dinheiro em espécie, celulares e equipamentos eletrônicos, além do bloqueio judicial dos ativos financeiros e criptomoedas citados. A investigação avançou com análise de rastros digitais, movimentações financeiras e uso de tecnologia forense, ferramentas que permitiram mapear a estrutura do grupo e suas transações.
Os suspeitos podem responder por estelionato qualificado por meio eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro — crimes que, conforme a apuração, podem resultar em penas conjuntas que chegam a décadas de prisão. A PCDF informou que os procedimentos incluem o rastreamento de ativos bloqueados, com vistas à responsabilização criminal e à possível recuperação de valores.
Impacto econômico e sinais de alerta para a população
Os fatos elencados pela PCDF — especialmente o caso da vítima idosa que perdeu mais de R$ 500 mil — ilustram perdas financeiras significativas causadas pelo esquema. As diligências em São Sebastião sinalizam que a atuação do grupo alcançou áreas fora do centro do DF, envolvendo vítimas locais e recursos dispersos entre diferentes estados.
A própria PCDF alertou que golpes semelhantes têm se multiplicado, o que tende a aumentar o risco para cidadãos que recebam contatos relacionados a processos judiciais. Entre os elementos utilizados pelos criminosos, a investigação citou explicitamente o aproveitamento de dados vazados e a simulação de identidade profissional, sinais que devem servir de alerta para potenciais vítimas.
Recomendações oficiais
A principal orientação repassada pela Polícia Civil do Distrito Federal, conforme reportagem do Metrópoles, é que qualquer solicitação financeira, mesmo quando vinculada a processos judiciais, seja confirmada diretamente com o advogado ou escritório responsável por meio de canais oficiais. A checagem em fontes formais do Judiciário e a confirmação da identidade do profissional foram destacadas como medidas imprescindíveis pela corporação.
Além disso, a operação demonstra que ferramentas forenses e bloqueios judiciais são mecanismos centrais tanto para desarticular quadrilhas quanto para tentar recuperar recursos. A conclusão da investigação e o destino dos ativos bloqueados deverão constar nos próximos atos processuais conduzidos pela PCDF e pelas unidades parceiras envolvidas na operação.
O caso reforça a mensagem da autoridade policial: desconfie de contatos não solicitados que peçam pagamentos relacionados a processos, confirme informações em canais oficiais e procure registrar ocorrência diante de qualquer suspeita.