Queda de adolescente no Bumbódromo de Parintins acende alerta sobre segurança e põe em xeque confiança no festival
Uma adolescente de 14 anos caiu na manhã de quarta-feira (14) em uma das escadas de acesso aos camarotes do Centro Cultural e Desportivo Bumbódromo, em Parintins. O caso — noticiado pelo site No Amazonas é Assim — deixou a jovem em estado grave, com traumatismo cranioencefálico, fraturas faciais e necessidade de intubação no Hospital Jofre Cohen, e motivou investigação sobre as circunstâncias da queda.
O episódio levou a um foco renovado sobre a infraestrutura e a manutenção do Bumbódromo. O equipamento, que fora do período do Festival Folclórico funciona como Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, é ponto central para a realização do Festival de Parintins e para a vida cultural da cidade. A ocorrência suscita perguntas diretas: as escadas e acessos aos camarotes tinham manutenção adequada? Houve sinalização, iluminação ou proteção insuficientes? Quem é responsável pela conservação e pela fiscalização dessas áreas fora e durante o evento?
Embora as autoridades locais ainda investiguem o que levou à queda, o acidente coloca em evidência um risco reputacional para a festa. O Festival de Parintins tem repercussão nacional — o próprio No Amazonas é Assim registrou a confirmação de transmissão ao vivo do Carnaboi pela TV Globo — e qualquer incidente de segurança pode afetar a confiança do público, especialmente de visitantes que chegam de outras regiões do país.
As preocupações com segurança também reverberam no campo econômico local. A reativação do Amazonas Convention & Visitors Bureau, reportada pelo site MSKTV, tem como objetivo atrair eventos e ampliar o turismo no estado: segundo Orsine Junior, presidente da entidade, o turismo de eventos movimenta cadeias inteiras de serviços e pode multiplicar retornos econômicos. Nesse contexto, a imagem do Bumbódromo e a sensação de segurança dos frequentadores são vetores diretos da capacidade do município de atrair público e negócios.
Para além da percepção, há implicações práticas que organizações e comerciantes locais terão de considerar caso a preocupação com segurança cresça: redução potencial do fluxo de visitantes, queda nas vendas de barraqueiros e fornecedores que dependem do Festival, e necessidade de investimentos em obras, sinalização, fiscalização e na adoção de protocolos de segurança mais rigorosos. Esses ajustes podem onerar tanto o orçamento público quanto o dos privados envolvidos na cadeia do evento — um ponto que vem ganhando destaque na discussão sobre modernização do equipamento.
Há sinais de que medidas preventivas e de fiscalização já fazem parte da agenda de organizadores e órgãos públicos. O Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem-AM) informou, em balanço de operações recentes reproduzido pelo site O Chefão da Notícia, que verificou etilômetros que serão utilizados pelo Detran no Festival de Parintins 2025, o que indica ações de controle relacionadas à segurança viária durante as festividades. Entretanto, a checagem de equipamentos de fiscalização não substitui intervenções de engenharia, manutenção estrutural e protocolos de emergência nos próprios espaços do festival.
Moradores, comerciantes e representantes culturais enfrentam agora um dilema: exigir e financiar melhorias, enquanto mantêm a atividade econômica que o festival gera. A combinação entre a exposição nacional do evento e o papel do Bumbódromo como equipamento cultural reforça a urgência de respostas técnicas e administrativas. A administração do espaço e os órgãos responsáveis precisam esclarecer prazos, responsabilidades e investimentos para que a comunidade e os visitantes recuperem segurança e confiança.
Até o momento, não há registro público, nas matérias consultadas, de cancelamentos de eventos ou de medidas emergenciais explícitas anunciadas pela gestão do Bumbódromo em resposta ao acidente. A investigação em curso deverá apontar causas e, possivelmente, responsabilidades; as consequências sobre o fluxo de público e o faturamento de comerciantes só serão mensuráveis nas semanas que antecedem e durante a próxima edição do festival.
O acidente expõe, por fim, uma tensão recorrente em eventos de grande visibilidade: conciliar tradição, fluxo intenso de público e infraestrutura segura exige planejamento contínuo, investimentos e fiscalização. Para Parintins, onde o festival é motor importante da economia local e alvo de projetos de modernização, a queda da adolescente é um alerta para que segurança e manutenção deixem de ser tratadas como pautas secundárias.