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Projeto de parque aquático em Poá prevê 800 mil visitantes e promete movimentar comércio do Alto Tietê

19 de ago. de 2025google
Parque aquático de Poá e impacto no comércio do Alto Tietê

Parque aquático de Poá e impacto no comércio do Alto Tietê

Um projeto de parque aquático em Poá, com investimento estimado em R$ 130 milhões, foi apresentado a autoridades municipais e estaduais como potencial vetor de transformação econômica para a cidade e para a região do Alto Tietê. Segundo a Prefeitura de Poá, o empreendimento ocuparia 114 mil metros quadrados, prevê receber cerca de 800 mil visitantes por ano e gerar 550 empregos diretos e aproximadamente 5 mil empregos indiretos, "considerando a cadeia de fornecimento e a movimentação econômica na cidade".

Os responsáveis pelo projeto — Parquis Engenharia e Grupo Vilarejo — afirmam que o plano executivo foi concluído em 2024 e que, em junho, foi protocolado pedido de licença ambiental junto à CETESB. A previsão oficial, conforme a Prefeitura, é de início das obras em 2026, com prazo de execução estimado em três anos.

Entre as atrações anunciadas estão toboáguas de grande porte, piscina de ondas, áreas para público infantil e adulto, restaurantes, centro de convenções, lojas, amplo estacionamento e até uma "reserva biológica". O anúncio contou com a presença do secretário estadual de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena, e de um especialista em infraestrutura da InvestSP, Eduardo Sampaio Gutierrez, o que, segundo comunicado da Prefeitura, reforçou o empenho do governo estadual no projeto.

Autoridades municipais destacaram também investimentos do estado em mobilidade — citados no mesmo comunicado como ordem de grandeza de R$ 2 bilhões — que incluiriam alças de acesso ao Trecho Leste do Rodoanel e a revitalização das estações de trem Poá e Calmon Viana. A Prefeitura informou que técnicos municipais serão disponibilizados para acompanhar o início das obras.

O que isso significa para o comércio local

A estimativa de 800 mil visitantes anuais e a projeção de milhares de postos indiretos sinalizam aumento da demanda por serviços ligados à hotelaria, alimentação, transporte, manutenção e varejo. A secretária municipal de Turismo destacou, no evento de apresentação, que o parque pode atrair rede hoteleira e "movimentar o turismo da nossa cidade e de toda a região".

Essa movimentação pode oferecer oportunidades para pequenos empresários e fornecedores locais: além de serviços diretos ao parque (alimentação, limpeza, segurança, logística), a existência prevista de um centro de convenções e de lojas tende a ampliar a procura por bens e serviços ligados ao comércio e ao turismo.

No Alto Tietê existem já mecanismos locais de encaminhamento e capacitação de mão de obra, que podem ser acionados diante da demanda. O CIEE divulgou oferta de vagas de estágio e de jovem aprendiz para a região, e os Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs), vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, mantêm vagas e programas de atendimento e capacitação. Esses canais foram citados nas reportagens locais como parte da estrutura de mercado de trabalho da região.

Licenciamento, infraestrutura e riscos a acompanhar

O protocolo de licenciamento ambiental enviado à CETESB é um marco administrativo explícito: o projeto estará sujeito às exigências e análises desse órgão, e o tempo e as condicionantes do processo poderão afetar o cronograma. A própria inclusão de uma "reserva biológica" entre os itens do empreendimento indica que questões ambientais farão parte da avaliação.

No aspecto da mobilidade, a Prefeitura citou investimentos estaduais previstos para facilitar o acesso ao parque; ainda assim, o fluxo adicional estimado — centenas de milhares de visitantes por ano — representa um desafio operacional para rodovias, terminais e transporte público da região que precisará ser monitorado à medida que o licenciamento e o projeto executivo avancem.

Em resumo, o projeto apresentado em Poá combina previsão de grande atração de público e geração de empregos com etapas administrativas importantes: o pedido de licença à CETESB, o cronograma de obras (início informado para 2026 e três anos de construção) e a necessidade de coordenação entre investidores, governo estadual e prefeitura. Para o comércio local, a materialização do parque poderá representar uma oportunidade expressiva de demanda e de novos contratos com a cadeia de fornecedores; ao mesmo tempo, dependerá de como serão tratados o processo de licenciamento ambiental e os ajustes de infraestrutura logística.

Fontes citadas nesta reportagem: Prefeitura Municipal de Poá (comunicado sobre o projeto do parque aquático), CIEE (relatório de vagas no Alto Tietê) e Postos de Atendimento ao Trabalhador - PATs (Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo).