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Cliente recebe pedra no lugar de pizza: episódio expõe lacunas na cadeia de entrega por aplicativos

21 de ago. de 2025google
Pizza com pedra evidencia falhas na cadeia de entregas por apps

Cliente recebe pedra no lugar de pizza: episódio expõe lacunas na cadeia de entrega por aplicativos

Pedido no Cachambi terminou em estorno pelo iFood após tentativa frustrada de contato com a pizzaria

Um pedido de pizza que terminou com uma pedra dentro da embalagem trouxe à tona a dinâmica de responsabilidades e os procedimentos adotados em incidentes envolvendo restaurantes e plataformas de entrega. Segundo relato da consumidora em entrevista ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo, o pedido — uma pizza de calabresa de R$ 38 feita por aplicativo em uma pizzaria localizada em um shopping do Cachambi, Zona Norte do Rio — foi entregue com peso anômalo. Ao abrir a embalagem, ela encontrou uma pedra no lugar do alimento.

De acordo com a reportagem publicada pelo Agenda do Poder, a cliente diz ter tentado contato direto com a loja sem sucesso e, após cerca de dez minutos sem resposta, foi orientada a falar com o iFood. A plataforma, por sua vez, informou em nota que lamentou o incidente e que a consumidora foi ressarcida — o estorno foi feito no dia seguinte ao ocorrido. O iFood também declarou que "seguirá atuando junto aos parceiros para estimular boas práticas e garantir um ambiente de confiança para clientes, restaurantes e entregadores".

O episódio ilustra, na prática, como costuma se dar o fluxo de atendimento nesses casos: a primeira tentativa de resolução é com a loja, e a plataforma atua como mediadora quando o estabelecimento não responde ou quando há necessidade de ressarcimento. No relato disponível, esta sequência ficou explícita: tentativas de comunicação com a pizzaria, transferência do atendimento para a plataforma e, por fim, o estorno pela empresa de delivery.

Além da resposta financeira ao consumidor, o caso levanta questões sobre checagem e controles dentro do próprio estabelecimento e na etapa de expedição. A falta de retorno imediato da loja, mencionada pela cliente, impede uma solução mais rápida e acarreta perda de confiança por parte do consumidor — um ponto sensível para restaurantes que dependem de avaliações e participação em guias e premiações.

Essa relação entre experiência do cliente, avaliações públicas e reputação é ressaltada em materiais sobre o setor gastronômico: guias e premiações frequentemente dependem de visitas, avaliações e votos do público, um mecanismo que conecta diretamente a qualidade do serviço e do produto às avaliações que impactam negócios. Em paralelo, iniciativas públicas e privadas voltadas à capacitação e à adoção de boas práticas na cozinha são destacadas como parte da estrutura que sustenta a qualidade do setor, segundo levantamento sobre políticas de formação e programas de boas práticas em gastronomia.

No caso narrado, duas responsabilidades aparecem com clareza: a da pizzaria, pela montagem, embalagem e verificação final do pedido antes da saída para entrega; e a da plataforma, responsável por mediar reclamações, executar políticas de reembolso e, conforme afirmou o próprio iFood, incentivar padrões de conduta entre parceiros. O episódio mostra, porém, que essas responsabilidades são difíceis de dissociar quando há falhas operacionais ou de comunicação.

Na ausência de informações públicas mais detalhadas sobre protocolos internos da pizzaria e prazos específicos de resposta da plataforma além do estorno, o que se pode afirmar com base nos relatos é que o consumidor recorreu à plataforma para obter reparação e a recebeu, mas que a falta de resposta inicial da loja tornou a experiência particularmente desagradável — em uma noite de domingo, segundo a consumidora.

O caso também sugere pontos de atenção para reduzir a recorrência de episódios semelhantes: mecanismos mais claros de verificação antes do fechamento do pedido, protocolos de comunicação rápida entre loja e cliente, e ações das plataformas que transcendam o ressarcimento, como estímulo a boas práticas operacionais. Dessa perspectiva, programas de capacitação e iniciativas que visem a padronização de processos na cozinha e na expedição, citados em discussões sobre qualidade na gastronomia, aparecem como instrumentos relevantes para mitigar riscos.

Por fim, o episódio no Cachambi expõe a necessidade de transparência e rapidez nas respostas quando ocorrem problemas em entregas por aplicativos. A combinação entre reclamação pública (entrevistas e redes), mediação da plataforma e ações internas das lojas forma o núcleo da responsabilização e da recuperação de confiança do consumidor; assim, aprimorar cada etapa desse fluxo é condição para reduzir impactos reputacionais e aumentar a segurança do consumo.